05/07/2007

Regras básicas de comunicação e actuação para com uma pessoa com deficiência visual


  • Apresentar e Identificar-se

Trata-se de fazer com que a pessoa com deficiência visual consiga identificar quem somos, por isso, devemos dizer o nosso nome e indicarmos, se necessário, quem somos e o que fazemos.

Exemplo: "Olá João, sou a Luísa.", "Olá Luísa!".

Atenção: Mesmo um amblíope necessita de informação adicional para identificar uma pessoa! Não jogue ao "adivinha quem é!" com uma pessoa cega! Quando entra numa sala onde já está uma pessoa cega identifique-se.

  • Cumprimentar

Ao cumprimentar, se a pessoa com deficiência visual não estender de imediato a mão estique a sua e agarre na dela de forma a que a pessoa compreenda que o quer cumprimentar.

Atenção: Quando estender a mão não fique à espera que a pessoa cega a veja... Adiante-se!

  • Não elevar a voz

Fale num tom de voz normal, não ver não implica ser surdo!

  • Ausentar-se

Quando pensamos sair devemos avisar a pessoa cega, senão esta pode tentar falar connosco pensando que ainda estamos ali, assim como quando regressamos devemos anunciar que voltámos.

  • Indicar uma cadeira

Quando queremos informar que a pessoa se pode sentar, que tem ali uma cadeira, é necessário que aproximemos a pessoa com deficiência visual do assento e coloquemos a sua mão nas costas da cadeira e indiquemos: «Tem aqui uma cadeira» ou «Tem uma cadeira atrás de si».

Atenção: Para que a pessoa se sente basta lhe indicar a cadeira. O resto ela consegue fazer sozinha!

  • Não utilizar gestos mas sim linguagem em concreto

Não utilize gestos que não possam ser percebidos, é preferível a linguagem oral.

Atenção: Apontar uma paragem ou uma passadeira nunca é uma boa opção!

  • Utilizar expressões "visuais" sem problemas

A pessoa cega ou com deficiência visual conhece o significado das palavras "ver", ou "olha", por isso utilize estas expressões sem problemas.

  • Indicar um objecto

Por vezes, para indicar onde está situado determinado objecto acompanham-se as indicações com gestos que não se podem ver, ou com expressões sem referências concretas, como "aqui" e "ali". Devemos oferecer mais detalhes com informação relacionada com a sua posição espacial, para que a sua localização seja mais fácil, como "à direita da mesa", "à tua esquerda", "atrás de ti", etc. ou conduzir a sua mão até ao objecto e indicar do que se trata.

Atenção: Não se esforce em dar explicações inúteis por muito inteligentes que lhe pareçam. Há coisas que uma pessoa cega consegue perceber sozinha, apalpando o objecto.

  • Manter a arrumação inicial

Quando se conhece o sítio habitual das coisas é fácil encontrá-las. Mesmo para quem vê é mecânico. Para uma pessoa com deficiência visual é imprescindível que todos os objectos se mantenham na ordem habitual, e quando esta é alterada devemos indicar qual a sua nova localização.

Atenção: Viver num mundo ordenado é fundamental para uma pessoa com deficiência visual. Quando alteramos a ordem dos objectos devemos repô-la logo que possível!!

  • Utilizar contrastes

As pessoas com resíduos visuais, além da ordem, têm uma grande ajuda se ao lhes indicarmos os objectos ou a sua localização, utilizarmos fundos que apresentem um grande contraste. Por exemplo, é mais fácil encontrarem um cinzeiro preto em cima do tampo de uma mesa branca.

  • Aplicar normas de segurança

Para prevenir acidentes, convém saber que muitos obstáculos não se podem detectar, pela sua má localização ou porque são inesperados, ou porque estão fora do seu lugar habitual. Devemos ter especial cuidado com:

Portas e janelas: Estas devem estar ou totalmente abertas ou totalmente fechadas, nunca entreabertas.

Cadeiras: Devem estar colocadas debaixo das secretárias ou bem encostadas à parede, nunca dispersas pela sala.

Armários e gavetas: As portas dos armários devem igualmente estar fechadas totalmente, assim como as gavetas, pois são elementos que podemos encontrar no caminho.

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